19 abril 2011

Rio - Crítica



Rio explora todo o potencial das animações 3D para mostrar nossa exuberância tropical em cores e música, com uma história divertida, de fundo ecológico, que deve agradar sobretudo as crianças.


No filme, acompanhamos Blu, o último macho das araras azuis na tentativa de salvar sua espécie e suas penas de traficantes de animais em pleno carnaval do Rio de Janeiro. A trama ecológica se alterna à comédia romântica já que Blu deve conquistar Jade, a arara fêmea de temperamento difícil e espírito livre. Acontece que, domesticado desde sempre, Blu não tem a menor idéia de como fazer essas coisas selvagens como "chegar junto" ou voar. E aí temos também uma trama de auto-superação.


Enquanto os protagonistas fogem dos traficantes, conhecemos os coadjuvantes fofinhos e o vilão, com direito à musica de apresentação. Tudo com uma reprodução fiel ainda que estilizada da paisagem carioca ao fundo, que deixa o Rio de Janeiro ainda mais bonito. Enfim, temos tudo menos uma preocupação em ser anticonvencional como as produções da Pixar nos acostumaram.


Mas o humor físico funciona bem quando não se reduz ao remexer dos quadris dos personagens e traz risadas principalmente quando tende pro nonsense, como o nocaute de clorofórmio executado por uma cacatua ou a boa vontade palerma do buldogue Luís. Há algum humor mais sutil nos macacos trombadinhas e no tucano malandro, pero no mucho. O (mal) jeito de Blu com Jade lembra bem o de garotos que não demonstram autoconfiança e tagarelam como araras ao se aproximarem das meninas. Aqui o trabalho dos animadores é particularmente muito bem feito e ganha ainda mais graça com a excelente dublagem nacional, com Guilherme "Freakazoid" Briggs como o vilão-cacatua e Rodrigo Santoro como o dono da arara fêmea - sim, os humanos estão lá e até têm uma trama paralela, mas não são o foco.


Do início ao fim, a música é marcante no filme. Carlinhos Brown, Sergio Mendes e Will.I.Am participam da trilha sonora que tem samba, bossa e um pouco de forró. Podia ter um funk também já que estamos falando do Rio de Janeiro e os estereótipos do brasileiro e do carioca são assumidos na história, mas nem faz tanta falta assim. E no fim da sessão quase dá vontade de ver o desfile das escolas de samba da Globo. Mas passa.


5 comentários:

Vai de Táxi! disse...

Ainda não assisti RIO.
já estava super afim de ver, depois de ler aqui, a vontade aumentou.

Parabéns pela crítica. Muito bem escrita, com conhecimento.

=D

Mateus Carvalho disse...

Excelente filme! Me diverti demais. A versão dublada tá sensacional, quero conferir a versão original agora antes de sair de cartaz. Devo dizer que esse ano minha preferência para animação do ano não será da Pixar (algo inédito pra mim).

Parabéns pelo texto, APP! Posso dizer com precisão que tá melhor que muito site que se diz especializado por aí...

Aguardando o próximo ^^

Isa disse...

"[...] temos tudo menos uma preocupação em ser anticonvencional como as produções da Pixar nos acostumaram."

Adorei!

Ive Caceres disse...

A vontade de ver desfile de escola de samba na globo me tentou duas vezes após ver o filme. Passou também!

Parabéns pelo texto AP. É isso tudo que você disse mesmo ;)

#sucesso

Anônimo disse...

eu adorei o filme, bem criativo, engraçado. Pensar que é um filme só para crianças de menos de 13 anos foi erro meu rs',é ótimo o filme. Quero assisti de novo. (:

irmã de Juniupaulo #aqui