Então…(limpo a garganta e coloco a mão no bolso)
…Não tenho postado mais críticas_ou mais nada aqui_há muito tempo, mas ainda vou muito _ ênfase em ‘muito’_ ao cinema. Depois do curso no início do ano, comecei a fazer isso como exercício sugerido pelo professor, mas minha arqui-inimiga, a preguiça, ganhou mais essa. (suspiro)
Além disso e das habituais obrigações cotidianas com o trabalho e a saúde, percebi que não me sentia inspirado a ou capaz de escrever críticas como as que gosto de ler, que apresentam pontos de vista que levam o leitor a alguma reflexão.
(viro-me pro close na câmera 2)
Enfim, é difícil ser megalomaníaco e preguiçoso.
(volto pra camera 1)
MAAANNNSSS… Ainda adoro cinema e isso basta pra tentar mais uma forma de exercitar o contato com a sétima arte. (sobe a música)
Inspirado pelo post de 19 de Dezembro do blog de Pablo Villaça _e com o recesso de fim de ano do trabalho _ vou experimentar de outra forma, menor: destacar uma cena marcante de algum filme que vi, descrevê-la e comentá-la como puder, sem mais pretensões. Aí vamos ver o que acontece, se alguém participa nos comentários _há! Essa é boa, hein?_ e desenvolvemos mais alguma coisa ou não.
Ah! Spoiler Alert ligado!
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O último que vi foi Tudo Pelo Poder. A cena final me parece ser um desses casos em que o fim é criado antes do início e de qualquer outra coisa no filme, ou talvez seja a cena a partir da qual a história toda tenha sido criada. Ela encerra o arco do personagem principal, intepretado por Ryan Gosling, com grande impacto, apesar de sua realização simples. E faz mais.
Ecoando a primeira cena do filme, acompanhamos Stephen Meyers entrar num grande auditório só ocupado pela equipe de transmissão de TV. A trilha confere ao personagem uma dignidade trágica. Na cena inicial, ele apenas testa o áudio para um discurso do governador Morris (George “Batmas” Clooney), agora ele próprio vai falar.
A tomada final começa às costas de Stephen e enquanto o microfone é instalado na lapela, a maquiagem é retocada, o ponto eletrônico é colocado no ouvido e ele testa o áudio, a camera passeia num semi-círculo, passando por seu perfil e fechando num close. A trilha cresce o suspense. Entra o áudio do final de um discurso do governador “…Dignidade importa! Integridade importa! Nosso futuro depende disso!” e uma multidão ovaciona “Morris! Morris! Morris”.
A camera vai fechando mais no rosto de Stephen, de olhos abaixados. A trilha vai diminuindo e termina. O host do programa de tv anuncia “Estamos agora com o novo chefe da campanha do governador Morris, da Universidade Xavier, de onde o senador Thompson declarou apoio a Morris, essencial ao fim dessas eleições primárias. Stephen, pode esclarecer como essa coisa toda se desenrolou?” Stephen levanta os olhos, encara a camera.
E corta. The End. Créditos finais.
E aí? Quem venceu? O idealismo ou o cinismo? A integridade ou a corrupção? Stephen suporta viver com o que fez e passou pra chegar onde chegou e atingir seus objetivos? Ou cede ao peso na consciência?
Adoro esses finais inconclusivos, suspensos. A Origem e Watchmen também tem finais assim, lembra? Quem sabe mais algum?
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P.S:
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P.S:
Gente, Amanda Auad, do CinePipocaCult, também faz isso de comentar cenas específicas de filmes e ainda por cima melhor que eu. Aqui ó.
2 comentários:
Ap! Adorei a ideia do post. Nunca tinha visto, mas com certeza entrou no mel rol de referencias! Afinal, ao contrário de você, tenho ido pouco, ênfase para o meu pouco, ao cinema. O que pretendo redimir agora com a virada do ano! =)
assisti o filme, achei bem levinho. bom mesmo foi a participação do ryan, tesudo demaaais.
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