10 fevereiro 2012

A gente joga nas onze - Desenhos # 9



Slideshow com um storyboard pra um comercial de tv.
Os quadros estão na minha galeria do DeviantART.

27 dezembro 2011

Cena Fodabagarai - Tudo Pelo Poder


Então…(limpo a garganta e coloco a mão no bolso)
…Não tenho postado mais críticas_ou mais nada aqui_há muito tempo, mas ainda vou muito _ ênfase em ‘muito’_ ao cinema. Depois do curso no início do ano, comecei a fazer isso como exercício sugerido pelo professor, mas minha arqui-inimiga, a preguiça, ganhou mais essa. (suspiro)
Além disso e das habituais obrigações cotidianas com o trabalho e a saúde, percebi que não me sentia inspirado a ou capaz de escrever críticas como as que gosto de ler, que apresentam pontos de vista que levam o leitor a alguma reflexão.
(viro-me pro close na câmera 2)
Enfim, é difícil ser megalomaníaco e preguiçoso.
(volto pra camera 1)
MAAANNNSSS… Ainda adoro cinema e isso basta pra tentar mais uma forma de exercitar o contato com a sétima arte. (sobe a música)

Inspirado pelo post de 19 de Dezembro do blog de Pablo Villaça _e com o recesso de fim de ano do trabalho _ vou experimentar de outra forma, menor: destacar uma cena marcante de algum filme que vi, descrevê-la e comentá-la como puder, sem mais pretensões. Aí vamos ver o que acontece, se alguém participa nos comentários _há! Essa é boa, hein?_ e desenvolvemos mais alguma coisa ou não.


Ah! Spoiler Alert ligado!

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O último que vi foi Tudo Pelo Poder. A cena final me parece ser um desses casos em que o fim é criado antes do início e de qualquer outra coisa no filme, ou talvez seja a cena a partir da qual a história toda tenha sido criada. Ela encerra o arco do personagem principal, intepretado por Ryan Gosling, com grande impacto, apesar de sua realização simples. E faz mais.

Ecoando a primeira cena do filme, acompanhamos Stephen Meyers entrar num grande auditório só ocupado pela equipe de transmissão de TV. A trilha confere ao personagem uma dignidade trágica. Na cena inicial, ele apenas testa o áudio para um discurso do governador Morris (George “Batmas” Clooney), agora ele próprio vai falar.

A tomada final começa às costas de Stephen e enquanto o microfone é instalado na lapela, a maquiagem é retocada, o ponto eletrônico é colocado no ouvido e ele testa o áudio, a camera passeia num semi-círculo, passando por seu perfil e fechando num close. A trilha cresce o suspense. Entra o áudio do final de um discurso do governador “…Dignidade importa! Integridade importa! Nosso futuro depende disso!” e uma multidão ovaciona “Morris! Morris! Morris”.

A camera vai fechando mais no rosto de Stephen, de olhos abaixados. A trilha vai diminuindo e termina. O host do programa de tv anuncia “Estamos agora com o novo chefe da campanha do governador Morris, da Universidade Xavier, de onde o senador Thompson declarou apoio a Morris, essencial ao fim dessas eleições primárias. Stephen, pode esclarecer como essa coisa toda se desenrolou?” Stephen levanta os olhos, encara a camera.

E corta. The End. Créditos finais.

E aí? Quem venceu? O idealismo ou o cinismo? A integridade ou a corrupção? Stephen suporta viver com o que fez e passou pra chegar onde chegou e atingir seus objetivos? Ou cede ao peso na consciência?
Adoro esses finais inconclusivos, suspensos. A Origem e Watchmen também tem finais assim, lembra? Quem sabe mais algum?

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P.S:
Gente, Amanda Auad, do CinePipocaCult, também faz isso de comentar cenas específicas de filmes e ainda por cima melhor que eu. Aqui ó.

27 abril 2011

Eu sou o Número Quatro - Crítica



Baseado no primeiro volume da série de livros Os Legados de Lorien, Eu sou o Número Quatro conta a história de um adolescente alienígena órfão e solitário que descobre poderes especiais enquanto tenta sobreviver aos perseguidores que dizimaram o seu planeta natal e os valentões do colegial de uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos. Sim, nós já vimos esse filme antes, mas bem que poderia ter sido um seriado de TV também.


Alex Pettyfer faz John, o adolescente alien, e Timothy Olyphant, Henri, seu guardião. Juntos eles têm fugido de cidade em cidade desde que os mogadorianos localizaram 9 sobreviventes do planeta Lorien na Terra e começaram a matá-los na ordem dos símbolos dos amuletos que carregam consigo. Toda vez que um deles é morto, os símbolos surgem na pele dos demais, avisando-os. Quando o terceiro símbolo surge, eles se mudam de novo, afinal John é o próximo da lista. Numa narração em off do protagonista somos apresentados já no início e de uma vez a esse contexto: mogadorianos, símbolos, guardião, fugitivos, planeta Lorien e uma menção a uma caixa herdada que só deve ser aberta no momento certo. Ok, estão economizando na apresentação da mitologia porque devem investir em uma narrativa inovadora pra compensar, certo? Nope!


Mesmo depois da exposição inicial, não encontrando soluções mais criativas, o roteiro recorre várias vezes à informação de revelações da trama via fala dos personagens - a localização de um artefato importante é passada displicentemente por um dos coadjuvantes lá pelo terço final do filme. As descobertas de John sobre seus poderes e seu papel de herói são sempre explicadas ou ditadas por Henri, o mentor que tem todas as respostas mas só as revela em conta-gotas. Podem ser recursos inevitáveis numa história de formação, mas certamente fraquezas quando usadas tantas vezes como aqui.


O que mais incomoda é a falta de novidade. O herói deve manter sua verdadeira identidade secreta do mundo pra não atrair os vilões de sobretudo preto, mas nem sua tecnologia alien de remoção de rastros on line parece dar conta. Fora o interesse romântico obrigatório e seu rival jogador de futebol clichê. Os roteiristas, Alfred Gough e Miles Millar, já escreveram episódios melhores de Smallville. Eu sou o Número Quatro também não tem personagens cativantes e nem os menos exigentes podem dizer que as cenas de ação empolgam. Sem nada de mais substancial, é até desnecessário, com o público-alvo sendo bem servido pela TV moderna - mesmo quando não contam com o carisma de Chloe Sullivan ou Lex Luthor.

19 abril 2011

Rio - Crítica



Rio explora todo o potencial das animações 3D para mostrar nossa exuberância tropical em cores e música, com uma história divertida, de fundo ecológico, que deve agradar sobretudo as crianças.


No filme, acompanhamos Blu, o último macho das araras azuis na tentativa de salvar sua espécie e suas penas de traficantes de animais em pleno carnaval do Rio de Janeiro. A trama ecológica se alterna à comédia romântica já que Blu deve conquistar Jade, a arara fêmea de temperamento difícil e espírito livre. Acontece que, domesticado desde sempre, Blu não tem a menor idéia de como fazer essas coisas selvagens como "chegar junto" ou voar. E aí temos também uma trama de auto-superação.


Enquanto os protagonistas fogem dos traficantes, conhecemos os coadjuvantes fofinhos e o vilão, com direito à musica de apresentação. Tudo com uma reprodução fiel ainda que estilizada da paisagem carioca ao fundo, que deixa o Rio de Janeiro ainda mais bonito. Enfim, temos tudo menos uma preocupação em ser anticonvencional como as produções da Pixar nos acostumaram.


Mas o humor físico funciona bem quando não se reduz ao remexer dos quadris dos personagens e traz risadas principalmente quando tende pro nonsense, como o nocaute de clorofórmio executado por uma cacatua ou a boa vontade palerma do buldogue Luís. Há algum humor mais sutil nos macacos trombadinhas e no tucano malandro, pero no mucho. O (mal) jeito de Blu com Jade lembra bem o de garotos que não demonstram autoconfiança e tagarelam como araras ao se aproximarem das meninas. Aqui o trabalho dos animadores é particularmente muito bem feito e ganha ainda mais graça com a excelente dublagem nacional, com Guilherme "Freakazoid" Briggs como o vilão-cacatua e Rodrigo Santoro como o dono da arara fêmea - sim, os humanos estão lá e até têm uma trama paralela, mas não são o foco.


Do início ao fim, a música é marcante no filme. Carlinhos Brown, Sergio Mendes e Will.I.Am participam da trilha sonora que tem samba, bossa e um pouco de forró. Podia ter um funk também já que estamos falando do Rio de Janeiro e os estereótipos do brasileiro e do carioca são assumidos na história, mas nem faz tanta falta assim. E no fim da sessão quase dá vontade de ver o desfile das escolas de samba da Globo. Mas passa.


01 março 2011

Eu também vou reclamar ou As pessoas não prestam – parte 58

Por Zarathustra Jr.

Deve ser algo instintivo, programado em nossos genes: prevalecer é a coisa mais importante que existe. Não apenas sobreviver, como diria Darwin, mas derrotar e destruir o adversário é primordial. Temos esse espírito beligerante mesmo em tempos tidos como mais civilizados. E os combatentes, agora eloqüentes intelectuais, digladiam-se em arenas declaradas oficialmente como devotadas à evolução espiritual.

Subjetiva por natureza, a Arte é um campo fértil para a origem de discussões literalmente sem fim. Assim é que, sua Crítica, outrora uma tribuna reservada e unilateral, não resista à Web 2.0 e hoje seja ela mesma alvo de segundas e terceiras avaliações.

Os fóruns multiplicam-se internet a dentro. Aos comentários seguem-se réplicas e tréplicas dos diletantes mais sinceros aos mais pernósticos espíritos de porco, passando por advogados do diabo semi analfabetos.

Se por um lado essa revolução da opinião é saudável pelo exercício do questionamento, por outro, um acompanhamento mais demorado desses espaços de debate revela algo típico da nossa espécie, mas que ainda surpreende e deprime alguns: as pessoas desejam apenas vencer a discussão.

Não precisa ser nenhuma discussão em especial. Basta que você esteja de um lado pra que eu me coloque do outro. Você diz A e eu digo B, não importa quais subterfúgios eu use pra justificar a minha opinião B. O importante é que ela mostre o quanto a sua opinião A é mais fraca, rasa e ingênua que a minha, porque sou mais perspicaz e pude ver o que você não conseguiu por ser limitado e ... (qualquer outro adjetivo pejorativo que puder causar mais danos à moral do adversário)

As pessoas fazem isso até profissionalmente.

Mas a briga não é pra todos. Se você não consegue nem convencer sua irmãzinha a ceder o lugar da janela do carro, consiga um só seu. Nem precisa dirigir. Também não importa pra quem se fala. O que todos querem é dar vez à sua voz, nem que seja a até cento e quarenta caracteres por vez. E você só quer acenar da janela mesmo.

A seguir, para fins ilustrativos, alguns comentários da crítica de Besouro Verde, (em cartaz no Brasil há duas semanas) por Érico Brogo do site Omelete:

http://www.omelete.com.br/cinema/besouro-verde-critica/








04 setembro 2009

Serviço de Utilidade Pública

Por Zarathustra Jr.

Tem dúvidas se seus amigos são mesmo pra frentex como dizem ou nazistas enrustidos? Não tenha mais!
Mande o questionário abaixo pra todos eles e saiba com quem não deve mais perder seu tempo. É grátis!


RESPONDA O TESTE E DESCUBRA O QUANTO É PRECONCEITUOSO!!!


1 – Qual desses adjetivos combina mais com você?

a) Racista
b) Homofóbico
c) Hipócrita

2 – Para você, quem gosta de sorvete de jiló:

a) É uma aberração da natureza.
b) É uma pessoa que está confusa, mas pode gostar de sabores normais se passar por um tratamento especial, tiver disciplina e fé no poder do sangue de Cristo.
c) Você não tem nada contra. Só pede que não faça isso na sua frente.

3 – Em uma festa, numa roda formada por uma moça paraplégica, um casal de jovens negros, uma loira gostosa, um anão e um senhor de idade português, você prefere contar uma piada de/sobre:

a) Gordo
b) Albino
c) Bicha

4 – Como você xinga um amigo quando o time pro qual ele torce ganha do seu?

a) Seu hétero!
b) Sua bicha!
c) Sua nigrinha!

5 – Se pudesse escolher, qual carreira o seu filho não seguiria de jeito nenhum?

a) Deputado
b) Bailarino
c) Cabeleireiro

6 – Quais dessas pessoas nascidas com condições irreversíveis, poderiam nunca ter surgido no mundo?

a) Daltônicos
b) Canhotos
c) Homossexuais

7 – Quentin Tarantino sai do armário, você:

a) Sempre disse que aquele piolho era lêndea.
b) Fica profundamente decepcionado, joga fora seus DVDs e decide nunca mais ver um filme dele.
c) Já sabe como vai quebrar o gelo na festinha do próximo fim-de-semana.

8 – Sua integridade perante sua família, vizinhos, amigos e colegas de trabalho está ameaçada quando:

a) Você veste uma camisa cor-de-rosa.
b) Usa wallpaper colorido no computador.
c) Abusa de seu poder num cargo público em proveito próprio.

9 – Você não consegue identificar homossexuais com facilidade, então:

a) Arrisca passar por gafes com desconhecidos, mas não perde a piada.
b) Decide se tornar racista enrustido, porque é mais fácil saber quando não fazer certos comentários e evitar processos.
c) Para evitar que se aproximem de você, decide afirmar a sua masculinidade terminando todas as suas frases com ‘lá ele’.

10 julho 2009

A gente joga nas onze - Poemas # 2



Pose


Você diz que é diferente
Você diz que é de paz
A verdade é que toda gente
Mais fala do que faz


Você diz, mas não pratica
E nem vê contradição
Até há quem acredita
Mas eu... Eu não!


Cristão, poeta,
Professor, cientista
‘Sou correto. Sou sensível’
‘Tenho alma de artista’


Você acha que ninguém vê
Talvez, nem você tenha notado
Mas eu percebo o riso e o escárnio
A quem, ontem, tinha o seu respeito declarado


Nem sempre tem platéia à coerência
Fazer pose é bem mais fácil
E só custa a própria consciência.