28 junho 2009

Não vai dar tempo


Estou começando a perceber que pode ser mesmo verdade aquele negócio de que o mundo tem mais de 6 bilhões de pessoas. A cada ida ao supermercado, viagem de ônibus pro trabalho ou espera na fila do cinema, me dou conta de quanta gente eu não conheço. O pior é que nunca tendo saído do país, e sem verba pra fazer isso a curto prazo, corro o risco de nunca chegar a conhecer metade das pessoas. De todas elas. É.

Nem é a aflição de nunca poder conhecer todos os contemporâneos famosos.
Não vai dar tempo de conhecer os anônimos mesmo.
Mesmo com 20 perfis lotados no Orkut, com todos os hits do YouTube ou com a torcida do flamengo contando seu cotidiano em até 140 caracteres 60 vezes por dia.
Não vai dar tempo. Mesmo que o mundo não acabe em 2012. Dammit.

Eu não sei o nome da minha vizinha do andar de baixo que me cumprimenta sempre. Pode ser que não seja nem um pouco revelador, entusiasmante, interessante sequer, conhecê-la melhor (assexuadamente), mas como vou saber se não tentar?

Não que as pessoas tenham sempre algo interessante a dizer. A gente aprende isso cedo. Por isso existem aulas de educação física.
Mas, again, como vou saber se não tentar, não é isso mesmo minha gente?

E, pelas barbas de Raul Seixas! Nem sei se o pior seria se todos tivessem opiniões interessantes ou serem do jeito que são. Se já não tá dando tempo de assistir aos extras do filme cult da temporada com os comentários do diretor, produtor e elenco, imagine se TODOS os comentaristas de blogs fossem tão sagazes quanto ruins em ortografia?

Quarenta e dois

E por que conhecer as pessoas? Ora, porque... porque elas podem ter a resposta para a vida, o universo e tudo mais, saca? Por que se as pessoas não sabem tudo, elas descobrem (ou inventam, e já serve) tudo, de novas gírias à função dos genes.
Pra mim é suficiente.
O problema (ou a graça) é que essas coisas acontecem de forma imprevisível.
Você tem que ficar atento, pois nunca se sabe quando ou de onde vai sair a idéia que pode levar o mundo à próxima grande transformação.

Ééé!!!! Let’s go Era de Aquárius.

Há! Analistas são para os fracos! Eu escrevo.

Angústia irrelevante essa?
Eu sei, eu sei que tenho o direito. Eu sei disso, já entendi, Godammit. Mas...
Lá vou eu com a ladainha de sempre. De novo falando sobre o quanto é injusto ter nascido no século vinte e ter que dar conta de todos os dezenove anteriores AND era pré-Cristo...
É, meu filho. No fundo essa é mais uma daquelas descobertas tardias. De como descobri só agora que gosto mais de bolo com chá do que com suco ou refri. Que existem diferenças mais significativas do que eu pensava nos equipamentos pra captação e exibição de material audiovisual. Que cada fone de ouvido é pra um ouvido específico.

Tudo verdade. Sad, but true.

É como se fosse injusto competir com todo mundo que já sabe tudo isso só porque nasceu primeiro.

Isso me faz pensar que na verdade seja eu que queira ser conhecido. Que na verdade eu é que tenho essa pretensão. E que isso pode muito bem nem ter passado na cabeça das outras pessoas porque não estão preocupadas em competir, sendo felizes assim mesmo _ apesar de já ter acumulado observações suficientes pra duvidar seriamente dessa hipótese.

E se ‘pretensão’ for interpretada de forma pejorativa, lá vou eu concluindo com a velha auto-depreciação.

E caráleo!!! Esse tom “Pare-o-mundo-que-eu-quero-descer” tá ficando repetitivo...
Deve ser aquele ciclo dos 7 anos.

3 comentários:

Lucas Pimenta disse...

Gostei mestre... mesmo com o já citado "problema"
risos...

Até 2012!!

:)

Larissa Reis disse...

E não vai dar tempo mesmo! Parece desesperador, mas ainda assim podemos nos consolar e nos iludir, pois vivemos em uma cidade que, por vezes é vulgarmente chamada de ovo... Temos um exemplo desse em comum rsrs ...Acho que não vai dar tempo de resolver esse problema, portanto continue a escrever rsrs.

O Árabe disse...

Torcendo para que desta vez você persevere! :) Abração.